Olá,

Deixe me apresentar, sou um mero viajante
das estradas, das cidades, do tempo
sim, você veio até aqui! mas veja como é interessante
serão meus versos, meu mundo, que com o vento
chegarão até você nesse momento!

Espero que aprecie minha estadia aqui
enquanto você permanecer
e quem sabe um verso aqui um verso ali
fiquem contigo para lhe entreter

quem sabe até , fazer chorar, rir ou relembrar,
as palavras são mesmo desse jeito
depois de escritas ou proferidas ao ar

acertam em cheio alguém no peito
assim como as canções ou como o luar
que trazem harmonia e paz ao nosso mundo imperfeito.

Bardo da Lua

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O vento

Num tempo não muito distante
Sempre brincávamos juntos
A rua era nosso quintal da frente
E estávamos por todos os cantos

De pouco em pouco
Algo que não sabemos explicar
Foi chegando como um vento mouco
Nos cercando e afastando até nos separar

Não adiantava argumentar ou gritar
Esse tal vento nos empurrava sem perguntar
Para onde vou? perguntava eu ao vento
Cada vez mais  só e sem argumento

Não queria me afastar
Mas já não via mais ninguém e devagar
Arrastado por minhas próprias decisões
Já não via mais soluções

As vezes, numa brisa leve e lenta
O vento sopra e traz alguém
Um amigo ou um familiar que não se assenta
Ficando apenas nesse ritmo de vaivém

Da mesma forma que veio
foi levado embora pelo mesmo vento
Como a poeira mais sutil suspensa no meio
Como se fosse um febril exposto ao relento

Espero o dia em que essa brisa sopre mais forte
Que esse vento então se torne um tornado e com sorte
Possa levantar tudo o que espalhou
Trazendo de volta aquilo que levou

Assim os bons tempos retornarão
E todos juntos voltaremos a brincar
No nosso quintal não haverá mais fronteira ou portão
Que irá nos separar






terça-feira, 4 de setembro de 2012

Liberdade

Fugiste da prisão
E agora pergunto a ti irmão
Estás livre de fato?
Quero ouvir teu relato

Nesse mundo onde
Escolher é se prender
A uma idéia, algo ou alguém
E parar é deiar acontecer
Limitando-se a dizer amém

Por outro lado
Poderia estar preso, amarrado
E no entanto não seria diferente
Ainda assim poderia pensar livremente

Muitos dizem sobre o amor
Colocando-o como fonte de dor
Que ele realmente nos prende
Acorrentando-nos para sempre

Mas qual de nós eu te pergunto
Que quanto mais só ficarmos no mundo
Mais procurarmos algo ou alguém
Que desperte nossa vontade
De nos dedicarmos de verdade

Por isso nesse mundo cão
Escolhendo ou não
Mesmo que não acredites
Somos condenados a ser livres


terça-feira, 12 de junho de 2012

Um passo a frente


Mesmo os mais bravos guerreiros
Tem medo de novas aventuras
E por terem passado por caminhos traiçoeiros
Receiam as marés futuras

Mas a coragem apenas
Não significa ter valor
Se ela é usada apenas
Ao seu próprio favor

Os ventos do norte sempre são estranhos
E os caminhos muitas vezes duvidosos
Mas é pra lá que todos rumamos
Buscando vivermos dias gloriosos

Um passo a frente
É tudo o que precisamos
pra guardarmos o passado na mente
E viver a vida que sonhamos

A jornada, para todos que quiserem
Será bem sucedida
Não importa o caminho que tomem
pois todas as trilhas fazem parte da vida

E enquanto estiver junto a mim
Darei o meu melhor
Fazendo dessa trilha
Por onde olharmos ao redor
A cada milha
Um campo de rosa e jasmim

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Almas entrelaçadas


Parecia que eu estava muito longe da felicidade
e por entre tantos caminhos
Tantas direções, não via uma possibilidade

Era como um labirinto de azevinhos
E tentando encontrar a mais bonita flor
A alma ia sendo marcada pelos espinhos

Um encontro inesperado e marcante tirou-me a dor
E depois da frieza de tantos passos incertos
Sua presença me trazia da lareira o calor

Agora tenho vontade de correr de braços abertos
Não me importo mais com a idade
Pois minha vida será, agora, somente em versos

Escreveremos juntos um poema de felicidade
com cuidado para que as folhas não sejam amassadas
E assim as palavras nunca nos deixarão sentir saudade

E mesmo quando nossas linhas estiverem mal traçadas
Devido as traças do tempo que traçam nosso corpo
Traçando e fiando nossas vidas, nossas almas continuarão...

Entrelaçadas




quarta-feira, 9 de maio de 2012

Saudade

Nuvens encobertam o firmamento
E por mais que amanheça
O dia continua Cinzento

Saudade

Saúda o longo e triste dia que se inicia
De manhã até de noite
Um sentimento pálido, um açoite a minh'alma fria

Saudade

Onde estará a Lua
Que mesmo na noite mais escura
Me faz companhia na rua

Perdura

A saudade dura como um ciclo lunar
De tempos em tempos a Lua muda
Quando as nuvens se forem poderei te tocar

Enquanto isso...
Perdura a saudade dura...


quarta-feira, 25 de abril de 2012

A vida

A vida é como uma bela música
Sempre bonita aos que sabem ouvir
Não importa se ela é tocada à sombra ou à luz da lua
A melodia, a vida é a lua, sempre serão belas aos que sabem sentir



Graças aos Deuses

Graças aos deuses dou
Por poder ter vivido esse momento
Ter sido enviado ao passado
Mesmo que por pensamento

Em meio a grandes imperadores
Deuses e senadores
Chamou me a atenção
Um cheiro bom vindo da plantação

O morango que uma suave mão morena coletava
Se misturava com uma doce voz que cantava
E assim, a voz, a boca, o doce e o morango
Como se fosse um bom vinho me embriagava

Naquele instante não importava se éramos cidadãos
Escravos, senadores ou aldeões
Pois Vênus e Eros festejavam
O momento em que dois corações se aproximavam



Uma fogueira, duas almas

Uma fogueira
Dois corpos
Duas almas

Uma promessa
Dois caminhos
Duas amarras

Qual vontade do criador
Não há dualidade
Que separe o amor

Assim como há tanta diferença
Fazendo parte do mesmo tudo
Onde a regra é a coexistência

O universo é uno
Como o fogo e a promessa, que não separam as almas
de se encontrarem no mesmo caminho
No universo que sempre é o mesmo
No Sol, na Lua, em Plutão ou em Netuno.


O vaso e a flor

Num vaso seco, sementes foram plantadas
E de tão fortes que eram
Mesmo sem serem regadas
Fixaram suas raízes e germinaram

O tempo passava,
E por mais que o broto
Esperasse ansioso
A água vez em nunca o tocava

O broto cansou
E sua raiz já não estava tão forte
Então, um jardineiro veio e a arrancou
O vaso vazio e a flor seca lembravam a morte

Mas qual foi a surpresa da flor
Ao ver um novo vaso
Molhado, regado, encharcado
Sabia que ali não sentiria mais dor

Só então entendeu,
Que o jardineiro havia lhe dado um vaso seco
Pois era de uma espécie rara sem preço
e que a flor mais bonita, da raiz outrora seca,
Floresceu.


terça-feira, 24 de abril de 2012

As flores e o tempo

Qual rosa não seria triste
Se tendo desabrochado
Não sentisse o calor de quem a visse?

Qual flor será feliz,
Sendo podada pelo frio do outono
Sabendo que o inverno está por um triz?

Sábia é a natureza
Que lança seu gélido luar
Sobre toda terra e mar
E mesmo nas flores de maior beleza

E quando tudo parecer perdido
Um doce perfume virá ao ar
Carregado por um soneto ao luar
O cheiro das flores, das rosas e do tempo vivido.